Artigo de João Isaac
31-12-2019

De acordo com os mais recentes rumores, o Alfa Romeo Giulietta é mais um dos modelos que não vai sobreviver à cada vez maior procura por carroçarias SUV ou crossover, não estando previsto que venha a ter sucessor. A reintrodução do nome Giulietta no mercado deu-se já há quase dez anos e desde então o compacto italiano foi alvo de algumas atualizações que o foram modernizando de forma a acompanhar as tendências, quer de design, quer de equipamento e tecnologia. Assim, para perceber quão eficaz foi o trabalho de modernização realizado pela Alfa Romeo, decidimos fazer-nos à estrada na procura de respostas.

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Analisar um automóvel do ponto de vista do design é sempre muito subjetivo. Não há automóveis bonitos, nem feios. Há sim, gostos diferentes, soluções conservadoras e outras, por oposição, mais irreverentes. O Giulietta, logo após o seu lançamento, foi um daqueles casos cujo design rapidamente agradou a um elevado número de pessoas. Uma combinação de elegância e robustez, com a obrigatória secção dianteira onde se destaca o scudetto da Alfa Romeo e uma linha de cintura ascendente que termina numa traseira de ombros largos, que lhe confere uma linha mais desportiva. A verdade é que uma década depois, o Giulietta ainda fez virar algumas cabeças e motivou, igualmente, comentários de passadeira entre peões: “Alfa Romeo!”

Sistema DNA permite escolher entre três modos de condução

Assim, despedimo-nos de 2019 com um ensaio à versão Sport do Giulietta, equipado com o motor Diesel 1,6 lt de 120 cavalos, uma unidade com bastante pulmão – 320 Nm – capaz de incutir andamentos rápidos ao familiar italiano. Está disponível com uma caixa manual de seis velocidades ou com uma transmissão TCT, de dupla embraiagem, a solução deste nosso companheiro de ensaio. Quando comparada com outras caixas, não é a mais rápida nem a mais suave nas transições. Ainda assim, está longe de desiludir e inclui igualmente patilhas no volante para quando quiser ter um maior controlo sobre a experiência de condução. É importante referir, também, a média de consumo final do ensaio. Nem sempre fomos meigos com o acelerador, mas depois do reset feito ao computador de bordo e com alguns quilómetros acumulados com pé leve, a média final de 6,8 lt/100 km pareceu-nos algo elevada.

Veja o vídeo:

Não é igualmente preciso muito tempo ao volante para nos apercebermos das excelentes credenciais dinâmicas do mais pequeno dos Alfa Romeo atuais. É um carro cuja condução entusiasma e que gosta de curvas, com reduzido adornar de carroçaria, reações rápidas e previsíveis. Para este aspeto, contribui não só a eficácia do conjunto chassis/amortecimento, como também uma direção rápida e que transmite bom feedback, permitindo apontar o eixo dianteiro à curva com confiança. O sistema DNA continua a marcar presença na gama Giulietta, sendo possível escolher de entre três modos de condução: Dynamic, Natural e All Weather.

Pack Racing Yellow tem um custo de 550 euros

No habitáculo, a construção é sólida e a escolha de materiais adequada para o segmento e considerando também a inspiração desportiva desta versão que conduzimos. Um dos elementos que merece destaque é o conforto e a envolvência dos bancos dianteiros. Os passageiros de trás não contam com espaço referencial no segmento e os 350 litros de volume da bagageira também parecem pouco considerando alguns dos seus rivais. No entanto, não ser tão espaçoso como outros é bem diferente de ser pequeno. Relativamente a equipamento, devem ser destacados elementos como o efeito eletrónico de diferencial autoblocante, o cruise control e a regulação lombar elétrica para os passageiros da frente. Da lista de opcionais desta unidade fazem parte as jantes especiais de 18 polegadas e o pack Racing Yellow que inclui elementos específicos no exterior e interior do Giulietta e ainda os travões Brembo.

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Deixando de parte a análise ao design, é inegável que o Alfa Romeo Giulietta continua a destacar-se pelo seu foco numa condução mais emocional, em linha com os genes da marca. O comportamento dinâmico são e eficaz continua a estar entre o que de melhor se faz no segmento, mostrando que o investimento e desenvolvimento aplicados pela marca na plataforma compacta com suspensão multibraços no eixo traseiro foram muito bem sucedidos. A posição de condução desportiva e o habitáculo com pouca luz natural, para quem viaja no banco traseiro, pode condicionar o desempenho enquanto proposta familiar para o quotidiano. Por outro lado, e apesar da longa carreira do Giulietta, um compacto familiar focado na condução, com uma forte vertente emocional, pode ser exatamente aquilo que o seu dia-a-dia precisa.

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Preço e IUC

Preço base – 1.6 JTDM-2 Sport TCT: 34 391 €

Preço versão ensaiada com extras (1 400 €) e desconto direto (6 500 €): 30 622 €

IUC: 181,25 €

Ficha técnica

Motor e transmissão

Colocação: dianteira, transversal

Cilindrada: 1598 cc, quatro cilindros em linha

Alimentação: injeção common-rail, gasóleo, turbo

Potência: 120 cavalos às 3750 rpm

Binário: 320 Nm às 1750 rpm

Caixa: dupla embraiagem de 6 velocidades

Consumo e performance

Consumo médio declarado: 4,8 lt/100 km

Consumo médio verificado: 6,8 lt/100 km

Aceleração 0-100 km/h: 10,2 segundos

Velocidade máxima: 195 km/h

Dimensões

Comprimento/largura/altura: 4351 mm/1798 mm/1465 mm

Capacidade da mala: 350 litros

Percorra a galeria e veja as fotos do Alfa Romeo Giulietta Sport.

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